O QUE EU FAÇO COM O MEU PIJAMA?

Primeiro nos adaptamos à quarentena e a ficar e trabalhar em casa. Mil lives e conteúdos orientando a como sobreviver ao “novo normal”.

Agora que estamos voltando ao que era antes, ou ao que sobrou de antes, nova onda surge sobre como devemos proceder.

Nenhuma crítica, ao contrário, trabalho com isso e vivo isso particularmente. E acredito que o choque comportamental tem sido bem semelhante entre o retorno e o afastamento inicial. Ambos estão requerendo de nós autoconhecimento, estabilidade emocional, respeito próprio e ao outro, empatia.

E as mesmas ideias que tive há quase dois anos me servem agora: não estamos todos no mesmo barco e o home office não é para todos! Por isso, esse retorno também há de ser diferenciado e medido de acordo com as particularidades de cada um.

Tem gente louca para voltar para o escritório; tem gente que se adaptou totalmente ao trabalho em casa; tem gente com sérios problemas emocionais para sair de casa; e tantas outras situações e variáveis.

Eu mesma estou com grande dificuldade para voltar a usar o meu armário e esperando sabe lá o quê para tirar dali peças que agora tenho certeza que não voltarei a usar.

Não é por acaso que, com uma rápida olhada nas vitrines, qualquer um consegue observar uma invasão de moletons, tênis, leggings e peças confortáveis. Todos perceberam que não existe razão lógica para trabalhar sem se sentir fisicamente confortável, ao sentar, ao vestir, ao estar.

Mas isso não deveria significar que passemos o resto da vida trabalhando do sofá e de moletom apenas. Autoestima, autocuidado e socialização nunca fizeram mal, ao contrário! O ser humano é social e eu acredito, desde sempre, que até os mais radicais não resistirão a encontros de trabalho mais frequentes com o passar do tempo. É o natural. É o saudável.

Mas então como será esse futuro tão próximo?

Ninguém ainda tem essa resposta exata e estamos todos novamente tateando em um novo mundo. Não, não acredito em mudanças mágicas e em novo normal. Quando se trata de ambiente de trabalho não há uma regra geral porque estamos tratando da gestão de pessoas e essas pessoas podem não ter mudado suas essências, mas certamente mudaram alguns hábitos, dos quais podem não querer mais abrir mão.

Então, por que não unir o útil ao agradável: estabilizar e reter colaboradores eficientes lhes possibilitando a introdução desses novos hábitos ou flexibilizando outros, tornando o ambiente de trabalho mais saudável e produtivo?

Claro que a cultura da empresa, área de atuação e seu DNA permanecem dominantes, mas tornou-se imprescindível pensar em possíveis adaptações de comportamento e ambiente aos bons costumes adquiridos pelos colaboradores durante a pandemia.

Por exemplo, não seria interessante para ambas as partes se alguns funcionários pudessem fazer uso de um modelo de trabalho híbrido, que lhes permitisse continuar mais próximos da família e ao mesmo tempo mantendo a produtividade em alta?

O ser humano mostrou-se mais uma vez flexível e adaptável, característica essa que passou a ser muito valorizada no mercado. Não seria então uma qualidade a ser assumida pelas organizações?

Não defendo aqui o “cada um por si”, e sim um ambiente de escuta realmente ativa e de troca ente gestor e colaborador justamente para evitarmos um grande racha. Periga os colaboradores, principalmente os mais jovens, no afã de defenderem a manutenção dessa nova condição mais segura e confortável, deixarem de se cuidar, de sair de casa, de interagir. E toda a sociedade perderá com isso.

Por outro lado, bons hábitos podem ser preservados, cultivados e compartilhados. Por que não considerar incluir alguns na nova realidade de trabalho que está sendo agora reconstruída?

É de se pensar seriamente nesses novos caminhos!  

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