A relevância da linguagem corporal restou evidente no último debate entre os presidenciáveis.
Totalmente à parte dos discursos, o novo formato possibilitou que os candidatos “conversassem” com o público com todo o corpo.
Lula, talvez porquê acostumado a falar em palanques, caminhou com frequência e segurança pelo palco e se aproximou calmamente da câmera, dominando toda a televisão do telespectador, buscando transmitir justamente uma imagem de domínio da fala e das ideias, garantindo um olho no olho para tentar aumentar sua confiabilidade.
Do outro lado, Bolsonaro, mais acostumado a falar em lives sentado atrás de uma mesa, teve certa dificuldade para sair detrás do púlpito, lugar que lhe parecia mais seguro. E por conta de sua alta estatura, essa hesitação transmitiu uma imagem de certa infantilidade, quando não se sabe onde colocar as mãos e os pés.
Sim, essa é uma breve e rasa análise do que aconteceu ali. Mas quero aqui simplesmente ressaltar que grande parte do que se mostrou no debate foi ensaiado para que, sem que percebêssemos, fôssemos envolvidos por um ou outro. Ora se aproximando da tela, ora mexendo mais as mãos, ora tocando no adversário. Tudo teve um significado e assim também pode funcionar quando “atuamos” no ambiente de trabalho presencial.
Enquanto estamos dentro da telinha 3×4 do computador, nossa preocupação está restrita ao rosto, mas quando saímos dali temos que nos preocupar com todo o resto do corpo que passa a transmitir mensagens constantes ao interlocutor. E o domínio dessa comunicação pode fazer toda a diferença no resultado final.
